Meu despertar espiritual

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Espírito

substantivo masculino

  1. 1. A parte imaterial do ser humano; alma.

  2. 2. Religião; ser supremo; divindade.

O neurocientista Sam Harris, em seu livro “Waking Up - A Guide to Spirituality without Religion” (Despertar - Um Guia para a Espiritualidade sem Religião), aborda a espiritualidade sob a perspectiva de que as sensações e emoções muitas vezes descritas como transcendentes, como amor incondicional, gratidão e plenitude são produzidas em nosso cérebro, e que não dependem de nenhum fator externo, “divino” ou ser superior para atingirmos esse campo.

“Our minds are all we have. They are all we have ever had. And they are all we can offer others. This might not be obvious, especially when there are aspects of your life that seem in need of improvement—when your goals are unrealized, or you are struggling to find a career, or you have relationships that need repairing. But it’s the truth. Every experience you have ever had has been shaped by your mind. Every relationship is as good or as bad as it is because of the minds involved. If you are perpetually angry, depressed, confused, and unloving, or your attention is elsewhere, it won’t matter how successful you become or who is in your life—you won’t enjoy any of it.”

Partindo dessa premissa, temos a total possibilidade de orientar os nossos pensamentos, emoções e sentimentos para “frequências” mais elevadas, e por meio da meditação, conseguimos entrar nesse estado.

a minha experiência

E se, mesmo assim, você sentisse que não é apenas a sua mente responsável por essa sensação de transcendência? E se, por uma razão desconhecida, você soubesse que há algo imaterial, sutil, como uma força invisível, que muitas vezes influencia os seus caminhos?

Foi esse “despertar” que me levou a estudar espiritualidade e consciência. Eu estava viajando pela Califórnia em 2016 como nômade, sem ter residência fixa e dependendo da sorte para ter onde ficar. Nessa época, eu estava tão abertas ao novo que tudo correu da melhor forma possível, como se as oportunidades aparecessem por cuidado do Universo.

Foi a época que fiz pet sitting, ou seja, ficava na casa de pessoas cuidando de seus pets enquanto viajavam. E foi tão interessante perceber o nível de confiança e generosidade de pessoas até então desconhecidas. Sem falar os locais maravilhosos em que eu me hospedava, de graça!

INTERDEPENDÊNCIA E SINCRONICIDADE

Todas essas experiências e lugares incríveis geraram um sentimento de gratidão tão grande que a única coisa que eu conseguia era agradecer por cada oportunidade que surgia em meu caminho. Cada paisagem nova, cada pessoa e conversa ampliava a minha consciência e visão de mundo em um nível que nunca havia experienciado antes.

Nessa época, eu carregava muitos sentimentos conflitantes em relação a minha família. Já compartilhei em alguns posts como tive uma infância desafiadora, com a presença de um pai violento e de um ambiente completamente hostil para o desenvolvimento de uma criança.

Mas essa oportunidade de viajar sozinha, ter autonomia para trabalhar remotamente e dedicar tempo de fato para o autoconhecimento, me permitiu acessar memórias ancestrais e compreender que nada acontece por acaso (por mais clichê que isso possa soar), e que o perdão iria beneficiar não apenas o outro, como a mim também.

Foi então que iniciei um longo processo de ressignificação de traumas e crenças, e finalmente me abri para a ideia de que não posso mudar o meu passado, mas posso construir um futuro diferente. Esse “clique” foi a chave para iniciar um processo de expansão de consciência marcada por acontecimentos inexplicáveis, histórias interdependentes e sincronicidades. Logo eu, que me considerava atéia desde a adolescência, por ter crescido em uma comunidade cristã altamente legalista e restrita. Um tipo de fé, dogma e espiritualidade que não fazia sentido para mim.

Ainda não tenho todas as respostas e provas de que as experiências que tive foram “sobrenaturais” ou geradas pela minha mente, como a abordagem defendida por Sam Harris. Ao invés de ter certeza absoluta de uma coisa ou outra, prefiro dizer: eu não sei. E seguir buscando.

Com amor,
Isa