Minha primeira experiência como nômade digital
Durante a minha infância, minha família passou por um período extremamente turbulento marcado por escassez emocional e financeira. Nasci no norte de Minas em uma família disfuncional que perdeu tudo quando eu era criança. Viemos para o interior de São Paulo quando eu era bem pequena.
Apesar do cenário de muita escassez, fui criada com muito amor e suporte da minha mãe e irmãos. Talvez por não querer repetir os erros, minha mãe sempre dizia: você precisa estudar e ser independente. E foi o que fiz. A minha vida toda tentei ser boa aluna, para passar em uma boa faculdade e conseguir um bom emprego em uma grande empresa.
Essa foi a narrativa criada para mim, e não por mim. Fui condicionada a essa fórmula do sucesso e felicidade, e por inexperiência não me questionava se era o que realmente queria.
Como contei neste post, conheci a primeira empresa que trabalhei online em 2009 pelo programa de trainee que eles conduziam. Completamento impressionada por esse modelo de trabalho, quase formada e insatisfeita com meu estágio em uma multinacional, pesquisei na Internet o nome do fundador e na cara de pau mandei um e-mail dizendo: quero trabalhar com vocês!
Marcamos um papo. Ele já sabia todo o meu histórico pelo processo que participei, e no fim, fui contratada. Era o meu primeiro cliente. O trabalho? Ajudar na organização dos eventos TEDx que ocorriam mensalmente na Vila Madalena, em São Paulo.
Ao total foram mais de 25 eventos, sendo que alguns participei ativamente da organização, outros nem tanto, e outros que não tive contato nenhum por estar full time envolvida em outros projetos. Nesta época, meu trabalho era 90% remoto e 10% presencial. Então, eu ainda ficava um pouco presa a São Paulo e nem cogitava que existia um mundo paralelo de pessoas que faziam isso há anos, e alguns inclusive como nômades.
Mas nada é por acaso, e o universo conspira de modo que as vezes nem percebemos.